PACT e O Impacto do Apoio Familiar na Fonoterapia

PACT e O Impacto do Apoio Familiar na Fonoterapia

Proposto por Caroline Bowen e Linda Cupples, duas pesquisadoras da Macquarie University, o PACT (acrônimo para parents and children together) é uma abordagem terapêutica construída justamente para colocar pais e responsáveis em um papel mais ativo na terapia fonológica dos seus filhos. De acordo com as próprias autoras, esta abordagem foi a primeira a ter sua eficácia empiricamente avaliada com grupos de controle e de crianças em tratamento.

Esta abordagem foi estruturada em cinco componentes dinâmicos, que não são necessariamente originais individualmente:

  1. Educação familiar;
  2. Tarefas metalinguísticas;
  3. Processo de produção fonética;
  4. Técnicas de múltiplos exemplares;
  5. Atribuição de tarefas para casa.

Aliando estes conceitos com a maneira com que os pais foram treinados, através da disponibilização de diversos materiais por escrito (disponíveis nos artigos!) e que o tratamento foi organizado - dividido em blocos de 10 semanas na terapia e 10 semanas de pausa, representa, também na visão das autoras, uma abordagem inédita.

Os resultados do estudo mostram que as 13 crianças avaliadas obtiveram resultados mais rapidamente quando comparadas ao grupo de controle. Além disso, os próprios pais reportaram sentir-se incluídos de uma maneira significativa e construtiva no desenvolvimento dos seus filhos.

Todo o material do estudo merece uma leitura cuidadosa, que detalha cada uma das etapas da abordagem e os seus resultados, como por exemplo:

  • O padrão fonológico de 7 das 13 crianças atingiu os níveis esperados com entre 3 e 10 meses (mediana: 7,4 meses) de tratamento, enquanto das outras cinco, com um período entre 12 e 19 meses (mediana: 15,8 meses);

  • Em média, cada criança participou de 21 sessões de terapia. Em um primeiro grupo, o número de consultas variou entre 10 e 23 sessões, enquanto no segundo, entre 22 e 36 sessões;

  • Os exercícios realizados em casa costumavam ser de cinco a sete minutos, realizados de duas a três vezes ao dia e de cinco a seis vezes por semana;

  • De acordo com os próprios pais, os exercícios de casa foram realizados 15 vezes por semana, em média, variando de 8 a 24 vezes na semana.

Um ponto interessante para relacionar este estudo com a nossa realidade no Brasil é que, ainda que inicialmente proposto em 1996, a falta de apoio familiar continua figurando diretamente como um dos principais dificuldades da atuação clínica fonoaudiológica no Brasil.

Nós estamos empenhados em tornar a fonoterapia ainda mais divertida e efetiva, aproveite e conheça também o amigofono. ☺️

Referências